sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Amor pulsante





"(...) Eu quero um amor pulsante, para beijar de olhos abertos, para ir ao supermercado, para resolver problemas, para brigar por mais espaço na rede, para reclamar que desmarcou a página do livro, para passear na feira e ir ao teatro. Eu quero mesmo é um amor bem vivo, daqueles férteis, tarados, famintos mas quietinhos, um amor de mãos dadas, de subentendidos e gargalhadas, buquet de tulipas, beijo no pescoço, almoço de domingo, família peculiar. Eu quero um amor de se entregar que não me deixe esperando, não me pegue chorando de tristeza, que não me faça sofrer. Eu quero um amor sem aspereza, pra viver os dias todos: os muito quentes com gelo e limão, os muitos frios de pijama, chocolate e roupão. Eu quero um amor que faça da gente uma casa um para o outro, que nos torne reciprocamente refúgios contra todo o resto do mundo, um amor pra se abrir, se prescrutar, se invadir com a certeza de que ainda que não sobrasse nada, sobraríamos nós, um pra ser o amor do outro."