quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Tão distante e tão presente



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Mais uma noite sem você, tão distante e tão presente em meus pensamentos.

Atormentando-me como sempre.

Por vezes falo sozinha como se você estivesse a me ouvir, caminho impaciente de um lado para o outro, vou até a janela do quarto abrindo-a. A luz prateada adentra pela escuridão do quarto, contemplo a lua, a brisa fria bate em meu rosto e finalmente respiro o ar puro da noite, ouço o cricrilar dos grilos, o farfalhar das folhas e ao longe as ondas se quebrando numa doce e suave melodia que só a natureza pode me proporcionar.
As lembranças vêm à tona, nossa última noite foi mágica, o contraste da sua pele com a minha, o calor que emanava do teu corpo, teu cheiro inconfundível que me embriaga, me enlouquece.

As reações são sempre as mesmas, quando nossos olhares se cruzam, perco a noção do que fazer, se te beijo, se te abraço ou se apenas levo minha mão para um simples cumprimento. Sinto aquele frio na barriga, o tremor toma conta, minhas mãos ficam geladas, e tudo isso acontece e questão de segundos e some quando você chega e me toma em seus braços e me beija. Não há nada melhor que teu beijo, que começa terno e em poucos segundos se torna voraz, provocando meus sentidos, atiçando meu desejo. E em poucos minutos estamos nós dois entregues a matar a saudade das noites que ficamos distante um do outro, saciando cada desejo até a exaustão por fim me aninho em seu peito, ouvindo som das batidas do teu coração desacelerando tua voz a me contar como foi teu dia, enrosco meus dedos em teus cabelos e me encanto com a tua risada, a maneira como luta com o cansaço para aproveitar cada segundo que nos resta até a tua partida, até que por fim se rende e adormece. Passo a contemplar cada detalhe do teu rosto, seus lábios, o desenho dos teus olhos, e isso me traz a paz que tanto busco, estando assim tão próxima sentindo tua respiração não preciso de mais nada, pode o mundo se acabar lá fora, nada mais me importa. E então você se vai de novo e aqui na solidão eu fico com as lembranças que me atormentam até você voltar para meus braços.

 E até que isso aconteça, a saudade é minha companhia dia e noite, pois durante os dias habita meus pensamentos me fazendo suspirar pelos cantos e a noite quando fecho os meus olhos para o sono, você aparece em meus sonhos, me cuidando.
Como se quisesse cuidar do que lhe pertence, nada me interessa nada me chama a atenção, esse sentimento me domina, me cega, me tira a razão. Desperta meus sentidos primitivos e isso me perturba, quem está a falar contigo, quem além de mim ouve tua voz, que tem o mesmo prazer de contemplar teu sorriso do qual me sinto tão dona?

Ciúmes? Sim e me corrói.


Ah como eu queria que nesse momento a única distância entre nós fosse apenas de um beijo que reacendesse a chama do desejo para mais uma noite de paixão ardente. Fecho os olhos e te sinto mais uma vez, a brisa traz teu perfume, e a saudade me sufoca, me deito na cama tão grande e vazia sem você, me aninho ficando num amontoado iluminada apenas pela luz da lua e fecho meus olhos, desejando que mais uma noite você venha até meus sonhos e eu sacie minha sede de ti.

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